Entrevista
Edmar Conceição, cronista e dramaturgo baiano, conversa com a jornalista Emiliana Carvalho sobre o recém-lançado livro de crônicas "Conversas com o meu filho autista", dedicado ao seu filho Caio.

Autor
Edmar Conceição nasceu em Jaguarari, interior da Bahia, e, aos vinte anos, o teatro enfeitiçou seus dedos tímidos e passou a se dedicar à dramaturgia: Auto de Caçatinga (1999), Utopias Provisórias (2001), O Grito (2007), Identidades (2008) e Os dramas do Zé da Almerinda (2011). Em parceria com o fotógrafo Marcos Cesário, encantou-se pela delicadeza da crônica: Iludidos (2011), O Sono (2011) e A Caminho do Amor (2017).






Conversas com o meu filho autista
Caio, precisamos seguir outro caminho, precisamos de você para encontrar teu próprio caminho.


Ler os textos do livro Conversas com o meu filho autista é como conversar comigo mesma, rememorando situações, chorando novamente, expurgando energias desnecessárias e lavando a alma em busca de um futuro mais esperançoso. Um futuro refletido no amor revelado em cada lágrima que cai ao lê-lo, que nos faz mais humanos, mais empáticos à realidade do outro.
Ao desnudar a alma e trazer à tona vivências e emoções tão profundas, Edmar provoca não só seu renascimento ao sepultar o pai de um filho que não vai mais ter, como também provoca o amadurecimento amoroso e o reconhecimento do novo filho. Filho este que, embora demande um nível de cuidado e zelo maior, proporcionalmente faz renascer naqueles que o rodeiam um amor puro e infinito, capaz de romper com as barreiras e percalços impostos por uma sociedade que ainda não está preparada para o novo, para o diferente, para a pessoa com deficiência.